Malha aérea do nordeste é tema da reunião da CTI-Nordeste e Sudene
O João Suassuna de Campina Grande é o único aeroporto do Brasil que só possui 2 voos e o Aeroporto Internacional Castro Pinto de João Pessoa não possui voos internacionais e a única ligação direta com uma capital nordestina é o voo para Recife. Para melhorar a cobertura da malha aérea entre os estados do Nordeste, um dos maiores gargalos enfrentados pelo turismo na região e, para buscar soluções que integrem cada vez mais os estados nordestinos, a Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI-NE) e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) promoveram, no último dia (10/07), na sede da Sudene, em Recife, encontro para tratar da malha aérea e de outros temas para a região. A reunião contou com a presença do superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim; da presidente da CTI-NE, Danielle Novis; do secretário executivo da CTI-NE, Roberto Pereira e de secretários de Turismo e representantes dos nove Estados nordestinos. Na pauta temas como a malha aérea precária, as tarifas aeroportuárias, qualificação da mão de obra local, estratégias para promoção de destinos nordestinos e incentivos fiscais. Para a presidente da CTI-NE e também secretária de Turismo de Alagoas, Danielle Novis, a questão do acesso é primordial. “Não fazemos turismo sem ter acesso, seja ele terrestre ou aéreo. A CTI-NE e a Sudene entendem que esse momento é um marco por conta desse encontro de interesses entre as duas instituições que vão em busca de soluções como incentivos aeroportuários e desoneração tributária para as empresas aéreas”, reforçou.
A questão da malha aérea deficiente encabeça as discussões e, para combater questões como a falta de infraestrutura dos aeroportos, os poucos horários de voos entre as cidades nordestinas, preços elevados das passagens e muitos voos com escalas e conexões, a CTI-NE e a Sudene estão elaborando um projeto para ser apresentado às companhias aéreas que operam no Nordeste, como a Azul e Trip, que anunciaram recentemente a fusão de suas operações. O documento vai propor ações como a redução do ICMS para combustível que, na Bahia, já é uma realidade.
No estado baiano, desde novembro de 2010, o incentivo fiscal motivou a criação de novos trechos pelas companhias. As empresas que operam com aviões com capacidade para até 120 pessoas e com rotas para o interior recebem o incentivo.
“A mobilidade no Nordeste é muito difícil. Para ir do Piauí para o Maranhão, por exemplo, os voos passam por Salvador. Com a redução do imposto conseguimos alavancar o turismo na Bahia em cidades como Barreiras, Vitória da Conquista, Paulo Afonso e Juazeiro. Encurtar as distâncias aumenta o fluxo turístico e desenvolve as cidades menores”, diz o diretor de Relações Nacionais da Bahiatursa, Fernando Ferrero.
Essa é também a proposta do secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa. Para ele, a região precisa investir em aeroportos de menor porte. “A gente precisa acabar com essa ideia de que cada capital do Nordeste precisa ter um aeroporto internacional. Três ou quatro são suficientes para distribuir os passageiros em aeronaves menores para aeroportos nacionais, ligando cidades menores”, explica.
O secretário da CTI-NE, Roberto Pereira, lembra também que ações como essa vão estimular ainda mais o turismo interestadual. “Pelas nossas pesquisas percebemos que o Nordeste viaja muito dentro do Nordeste. Desenvolver essa malha significa também estimular esse turismo. Precisamos ainda ampliar o relacionamento com nossos maiores emissores, que estão no Sudeste”, comenta o secretário.