GIVERNY: O JARDIM DE MONET QUE É UM SHOW
TURISMO
GIVERNY: O JARDIM DE MONET QUE É UM SHOW
Texto e fotos: Rogério Almeida
Camille Doncieux, esposa e musa de Claude Monet retratada em uma de suas telas expostas na casa do pintor em Giverny (Foto: Rogério Almeida)
Casa de Monet em Giverny (Foto: Rogério Almeida)
Claude Monet residiu por 43 anos, de 1883 até sua morte, em 1926, na linda casa com fachada cor-de rosa, na pequena cidade de Giverny, na região francesa da Normandia, a pouco mais de uma hora de viagem de Paris.
Ele encontrou esta casa por acaso e ficou apaixonado pelos jardins e imediatamente a alugou. Em 1890, Monet resolveu comprar a casa.
Criança japonesa na Ponte Japonesa dos Jardins de Monet em Giverny
(Foto: Rogério Almeida)
Monet adorava tanto o jardim que o ampliou e serviu de tema para inúmeras telas como as séries sobre a Ponte Japonesa e as Ninféias, que se parecem com as vitórias régias da Amazônia.
As “Ninféias” dos Jardins de Monet em Giverny
(Foto: Rogério Almeida)
Hoje tanto a casa com seus móveis, o quarto do pintor, sua cozinha e seu atelier com suas telas estão inteiramente preservados, como uma lembrança eterna de um dos maiores pintores impressionistas do mundo.
A casa de Monet em Giverny preserva os móveis , gravuras e as telas do pintor impressionista
Foto: Rogério Almeida
Oscar-Claude Monet nasceu em Paris, no dia 14 de novembro de 1840 e faleceu em Giverny nesta mesma casa de seus belos jardins, no dia 5 de dezembro de 1926.
Jardim aquático da casa de Monet em Giverny
Foto: Rogério Almeida
O pai de Monet possuía uma mercearia modesta. Chegou a residir no Havre, na Normandia até que sua mãe morreu, quando o pintor tinha 16 anos.
Em 1857 se transferiu para Paris para estudar pintura.
Monet e a segunda esposa Alice Hoschedé, viúva de seu amigo com visitantes em Giverny
Foto: Arquivo Fundação Monet
Monet foi casado por duas vezes, a primeira com Camille Doncieux, de 1870 a 1879. Com a morte da primeira esposa e de seu amigo Hoschedé, Monet se casa com a viúva, Alice, e viveram juntos de 1892 a 1911.
Monet estudou na Academia Suíça, de 1859 a 1860 e na Escola Superior de Belas Artes de Paris.
Em 1861 o pintor foi obrigado a servir ao Exército na Argélia.
Visitantes da casa de Monet se impressionam com a beleza e originalidade das telas
Foto: Rogério Almeida
O termo impressionismo surgiu devido a um de seus primeiros quadros: “Impressão, nascer do sol”. Na realidade dado pelo pintor e crítico Louis Leroy, em um tom pejorativo, mas que Monet e seus colegas adotaram com muita propriedade, pois sabiam que estavam iniciando um novo estilo de pintura, bem diferente da realizada pela Academia Francesa.
Claude Monet no ano de seu falecimento, 1926, admirando o túnel feito de arco de rosas em Giverny (Foto: Rogério Almeida)
O túnel de arco de rosas, hoje, em 2018. Foto: Rogério Almeida
Quem for a Paris, não custa nada se programar para fazer um tour de um dia ou uma tarde, em ônibus de turismo, rumo à Giverny. Existem também trens que partem a toda a hora. Saindo da Estação de metrô St. Lazare, toma-se o RER até Vernon, uma cidadezinha que foi bombardeada durante a II Guerra Mundial e de lá há saídas de ônibus até Giverny, cujo bilhete custa apenas 10 euros. Ou para quem preferir alugar um carro, a estrada é excelente e bem sinalizada. Existe a possibilidade de alugar bicicletas saindo de Vernon.
Foto: Rogério Almeida
Quando se chega à casa de Monet, se dá conta de que na realidade os jardins são dois. Um, exibe cerejeiras, tulipas e margaridas, e já existia na época em que o pintor passou a residir no local.
Visitante faz desenho inspirado nos jardins de Monet (Foto: Rogério Almeida)
O que mais me chamou a atenção foi a grande quantidade de visitantes que desenhavam e pintavam no local, da mesma forma que Monet, inspirados pelos jardins e o túnel feito de arcos de rosas. Minha visita foi exatamente no auge da primavera, com as rosas mais lindas que havia visto.
O segundo jardim (Foto de Rogério Almeida) foi inteiramente planejado e construído por Monet. Conhecido como o Jardim Aquático, por causa do seu lago, aqui se encontra a ainda bem preservada Ponte Japonesa e as ninféias ou nenúfares, que o artista as imortalizou em telas que quando foram expostas obtiveram um grande sucesso.
Coleção de gravuras japonesas de Monet na cozinha do pintor em Giverny
Foto: Rogério Almeida
Depois de passar alguns momentos admirando a mesma paisagem que encantava Monet, me dirigi para a casa do pintor. E qual não foi a minha surpresa em ver a valiosa coleção de gravuras japonesas, um dos hobbies de Monet e que ele próprio havia colocado nas paredes e que permanece até hoje.
A casa é aberta ao público, mediante taxa de entrada de 9,50 euros, que pode ser comprada online no site da Fundação Monet e pode ser visitada de terça a domingo, de abril a outubro. No inverno, claro, não há jardim e a casa fica fechada. Já na primavera tudo se transforma e vira um verdadeiro show de cores e beleza.
Foto:Rogério Almeida
O ateliê do pintor impressiona. Possui um pé direito alto com janelas imensas, que deixam a luz entrar. As telas e gravuras com flores delicadas é como se fosse um jardim dentro da casa.
Ateliê das Ninféias (Foto: Rogério Almeida)
Na saída da casa bem ao lado está a lojinha com catálogos, livros, pôster, fotos, souvenires e tudo sobre os jardins e sobre a vida de Monet.
Lojinha de lembranças, uma das atrações mais disputadas da Casa de Monet (Foto: Rogério Almeida)
Nofinal de sua vida, Monet apresentava problemas de visão (catarata) devido a muito tempo exposto à luz solar, pois ele pintava ao ar livre. Por isso suas últimas telas apresentam cores muito fortes e traços inacabados.
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Os girassóis de Claude Monet (Foto: Rogério Almeida)
Quem dispuser de uma dia inteiro recomendo visitar o túmulo de Monet, que está no cemitério da igreja de Giverny, além de atelier de pintores impressionistas francesas e até tomar um trenzinho e percorrer as vielas da pequena cidade.
Portão de entrada da casa de Giverny com a placa indicando que aqui morou Claude Monet
(Foto: Rogério Almeida)
Monet vive por suas telas, sua casa e a bela cidadezinha que escolheu para viver e que hoje é conhecida no mundo inteiro.
E visitar os jardins de Monet em Giverny é um verdadeiro show de talento e beleza.
Onde Ficar:
Para ter mais tempo para apreciar Giverny, recomendo pelo menos uma noite de hotel no Le Jardin des Plumes. Localizado a 500 metros dos jardins de Monet, possui um restaurante que possui uma estrela no Guia Michelin. Diárias a partir de 180 euros. Le Jardin des Plumes: 1, Rue de Milieu, Giverny, 27620. Fone: +33 2 32 54 26 35. www.relaisdusilence.com
Onde Comer:
As novidades em Giverny são os crepes, mas quem deseja um comida sofisticada a opção é o Restaurante Les Nymphéas (FOTO). Rua Claude Monet, 109. 27620, Giverny. Fone: +33 2 3221 2031.