Brasil tem a maior tarifa de embarque de todas as Américas
Apesar dos serviços precários dos aeroportos no país, o brasileiro que viaja para o exterior ainda paga a maior tarifa de embarque internacional entre oito dos principais terminais aeroportuários das Américas. O passageiro que deixa o Brasil pelo Galeão (RJ) ou por Guarulhos (SP) desembolsa R$ 67 pelo embarque, ou cerca de US$ 42. O valor é mais que o dobro do cobrado no Aeroporto Internacional de Tocumen, no Panamá (US$ 20), importante centro de distribuição de voos do continente, e do praticado no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York (US$ 20,80). Neste último foram consideradas no cálculo a tarifa de embarque básica (US$ 16,30) e a taxa pelo uso do terminal (US$ 4,50), complementar à primeira. Duas são as razões apontadas por especialistas para tamanha disparidade. A primeira remonta ao governo Fernando Henrique (FH), quando foi aprovada a Lei 9.825/99, que instituiu o recolhimento ao Tesouro Nacional de 50% da arrecadação com as tarifas de embarque internacional. A segunda razão é o chamado Ataero, um adicional tarifário criado em 1989 que está embutido no preço da tarifa de embarque internacional. Ele também prevê repasses a outras instituições, reduzindo ainda mais a parcela das tarifas que cabe à Infraero, estatal que administra 67 aeroportos. Com isso, além dos 50% destinados ao Tesouro, 6,42% vão para o Comando da Aeronáutica e 3,33% são repassados ao Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa), em geral usado em melhorias de aeroportos de pequeno e médio porte. (Agência Globo)