Uma escola de preservação ambiental a céu aberto

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, recebeu recentemente cinco novos animais. São filhotes de serpentes fruto de tráfico ilegal de animais, apreendidos no estado do Rio Grande do Norte. Atualmente o Parque abriga um total de 420 animais, em 23 hectares de território e funciona como um centro de pesquisa, estudo, proteção e preservação das espécies, educação ambiental e lazer. Para ter acesso ao local é cobrada uma taxa simbólica de R$ 3,00. Crianças de até 7 anos, pessoas com deficiência (PcD) e adultos acima de 60 anos não pagam.
A bióloga, Helze Lins, explica que diversos animais que vivem na Bica chegam oriundos de apreensões realizadas pelo Batalhão da Polícia Ambiental ou pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Não é permitido a Bica receber animais silvestres diretamente da população ou por meio de doação. As entregas voluntárias devem ser feitas à Polícia Ambiental (contato pelo 190) ou ao Cetas, sem risco de multa ou prisão.
Além de tráfico ilegal, como foi o caso das novas serpentes, os animais são resgatados de situações diversas como queimadas, acidentes de trânsito, choques elétricos, quando resgatados filhotes, nascidos em cativeiro ou criados como animais domésticos. A maior parte desses animais acaba permanecendo em espaços como a Bica, por apresentarem limitações que os impossibilitam de retornar à natureza.
No Parque, eles são tratados por especialistas e submetidos a cuidados adequados, alimentados e abrigados respeitando as especificações de cada espécie. Segundo Helze Lins, a reintrodução desses animais em seus habitats naturais é um dos principais objetivos, tanto do Parque Arruda Câmara, como do Ibama ou Organizações não Governamentais (ONGs). No entanto, esse retorno, muitas vezes não é possível e o zoológico acaba sendo a última opção de sobrevivência para esses animais.
Nesse cenário a existência de centros de preservação como os zoológicos é importante, também, para a preservação de espécies ameaçadas de extinção. Nessa condição a Bica tem espécies como a Onça Pintada, Suçuarana, Tamanduá Bandeira e os Macacos Galegos, que, inclusive, chegaram a ser considerados extintos.