Moda sustentável
De Anitta a Xuxa, Kaique Oliveira, que é responsável por vestir as maiores celebridades da atualidade, comenta as mudanças de hábito da sociedade em prol de uma moda consciente e sustentável.
“Os consumidores estão cada vez mais conscientes e comprometidos com seu papel enquanto parte de uma sociedade, politizados em seus comportamentos, cada vez mais exigem posicionamentos das marcas com relação aos cuidados com a natureza e respeito a vida.” Afirma ele.
O estilista sergipano revela que a indústria da moda tem um grande impacto ambiental, e que é necessária transparência com o consumidor até o descarte das peças.
“A sustentabilidade não pode mais ser ignorada, e a indústria da moda tem um grande impacto ambiental, a partir desse momento consideramos necessidade de compreender os conceitos de fast fashion e slow fashion, o consumo desenfreado dando espaço ao consumo inteligente. É importante que as marcas se atentem a origem dos seus materiais, para que haja transparência com seu consumidor sobre o trajeto da produção até o descarte.” Explica ele.
Para Kaique, diante da mudança de comportamento e hábito da sociedade, sejam por fatores sociais, econômicos, ambientais ou até mesmo a situação de alerta que estamos vivendo, nota-se uma aceleração neste processo de mudança, também, em conceitos de vestuário.
“Essas atualizações do movimento em prol de uma moda consciente têm acontecido em vários âmbitos do universo da moda. Começando por engajar boas práticas de consumo, como consumo do que é realmente necessário, o que ameniza a urgência de produções em massa, o que muitas vezes se torna quase desumano e impossível de acompanhar.”
Ao ser perguntado sobre por onde começar esta conscientização, o sergipano nos respondeu:
“Apostar em materiais com menos impacto ambiental, como tecidos ecológicos, ou que tenham uma fabricação inteligente, com menos uso de água e consumo de energia. Quando falamos reaproveitar materiais, não estamos falando apenas do que sobra das produções, mas também de um tópico que para algumas marcas ainda é delicado; o reuso de peças já existentes com uma nova cara. “
A questão não está somente na responsabilidade ambiental, o estilista também nos alerta da responsabilidade social e trabalhista.
“A mudança de perspectiva não é uma causa só de responsabilidade ambiental, mas também social, com o consumo consciente a possibilidade de trabalho digno, sem horas e ambientes exaustivos a quem maneja as produções nas grandes marcas de departamento por exemplo, são muito maiores.”
Kaique finaliza contentando que as marcas já têm consciência deste processo, e que a sociedade, também, deve se conscientizar.
“Isso tem sido uma prioridade em muitas marcas que entenderam a relevância que devem dar ao assunto. E cabe a nós uma análise constante do que compramos e produzimos. O futuro é uma consequência dos nossos atos presentes. “