Mansão em Pernambuco reforça a integração com o mar
Esta mansão está localizada em uma praia a duas horas de Recife (PE). Os proprietários desejavam uma construção em uma pequena parte dentre os 6.000 metros quadrados (64.583,5 pés quadrados) de área disponível; afim de ter espaço livre e suficiente para seus filhos e netos poderem construir suas próprias casas no futuro. Nesse contexto, surge um volume simples de 920 m², dividido em dois andares, cujos espaços principais – áreas comuns e quartos – se voltam para a praia.
Este projeto é a justaposição de dois volumes simples, com áreas comuns no piso térreo e quartos no primeiro andar. A fim de ter uma melhor vista do mar, a casa foi levantada a 1, 2 metros acima da base. A madeira foi empregada na maioria dos espaços para destacar a atmosfera de casualidade própria de uma casa de praia.
A estrutura feita de vigas pré-esforçadas tem uma grande extensão de 18,5 metros, semelhantes a algumas pontes, reforça a integração com a horizontalidade da paisagem. Portas de vidro deslizam completamente dentro das paredes para conseguir a fusão total entre o interior e o exterior.
O volume de madeira do primeiro andar abriga os quartos que contém portas dobráveis ??que os integram a um grande terraço com vista para a praia.
O acesso difícil, particularmente durante os invernos chuvosos na região, tornou mais complexo o processo desta construção. O trabalho local não qualificado exigia constantes revisões para simplificar os detalhes. O transporte das vigas pré-esforçadas e das portas de vidro importadas de Portugal exigiram uma atenção especial à logística.
O design de interiores visava o diálogo com as grandes linhas horizontais da arquitetura, com objetos que buscavam formas orgânicas e suaves. Os proprietários hospedam amigos para as festas e o layout foi concebido para ter várias áreas de estar, como as duas grandes mesas no terraço feita de troncos de madeira.
Fotografias de Leonardo Kossoy trazem o intenso azul do mar dentro da sala e peças de artesanato locais do Brasil se somam ao espaço. O mobiliário combina antiguidades compradas em Nova York, bem como objetos italianos e projetos usinados pelo Studio. Para evitar a ação do ar do mar corrosivo, a estrutura do mobiliário foi executada em aço inoxidável.
O projeto de interiores da TM House dialoga com a horizontalidade da arquitetura, a partir de objetos que buscam organicidade e formas suaves, como as grandes mesas em tora, situadas na varanda. Nesse quesito, de acordo com Casas, a marcenaria – desenhada pelo Studio – foi executada em aço inoxidável para combater a maresia.
O paisagismo de Renata Tilli visava criar privacidade para a família e conectar a casa para a praia através de um caminho sinuoso. As espécies locais foram misturadas com plantas adaptadas ao clima severo. A vegetação realça a conexão entre o interior e o exterior, jogando com a luz equatorial forte que sublinha cores e texturas. ”
Chamada de “TM House” este foi o projeto arquitetônico assinado pelo escritório Studio Arthur Casas, que tomou o mar como elemento inseparável da residência. Além de criar um vão interno de 18,5 m, o projeto empregou soluções como caixilhos retráteis, viga protendida e base elevada, sempre com a premissa de misturar os ambientes à natureza.
Como o terreno estava posicionado de frente para o mar, a maior preocupação consistia em utilizar uma vegetação própria da região, assim, as espécies se desenvolveriam da melhor forma possível, sem sofrer o impacto da maresia. “Além de criar um isolamento em relação às propriedades vizinhas e um sinuoso percurso até o mar, o paisagismo complementa o enquadramento da arquitetura”, reforçou Arthur Casas.