Dia do Livro Infantil

Nesta sexta-feira (18), é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil, estabelecido com o intuito de estimular desde cedo o hábito da leitura. E a iniciativa é uma ação importante em um país onde, em geral, as pessoas leem pouco. Segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-livro, apenas 52% da população possui o hábito de leitura.
Uma das maneiras mais eficazes para mudar essa realidade e estimular o interesse pelos livros vem de casa, e os próprios pais podem incentivar a leitura das crianças desde cedo. Para Elizandra Barbosa, professora do ISO Colégio e Cursos, os pais são vistos como “modelos” pelas crianças: ou seja, adultos que têm o hábito da leitura tendem a formar jovens leitores. Mas ainda mais importante do que dar o exemplo, é essencial que os pais leiam para e com os filhos.
“Os pais devem ler para os seus filhos enquanto eles ainda não sabem ler; quando eles já puderem ler sozinhos, devem ler com eles”, explica Elizandra. Segundo a professora, uma boa dica é combinar com as crianças para que cada um leia um parágrafo, tornando o processo de leitura um momento agradável e de conexão entre pais e filhos. “É possível criar uma atmosfera agradável, antes de dormir, com almofadas ao redor, associando a leitura a conforto e segurança”, comenta.
Transformando a leitura em diversão
Muitas crianças associam os livros à obrigação escolar, encarando a leitura como algo imposto e monótono. No ISO Colégio e Cursos, o projeto de leitura “Proseando” busca tornar a leitura uma atividade lúdica e prazerosa entre pais e filhos.
Semanalmente, os alunos levam para casa um livro para ser lido em família, fazendo um registro escrito e uma ilustração sobre a história lida. A cada semana, é trabalhada uma proposta de escrita diferente em sala de aula, a fim de que a criança expresse sua opinião sobre a leitura, se gostou ou não e por quê.
Além disso, a leitura é mantida em diálogo com outras linguagens artísticas por meio da realização de trabalhos que envolvem, além da escrita, o teatro, os desenhos e a dobradura.
“Dessa forma, o aluno ISO desenvolve o seu pensamento crítico e começa a formar opinião sobre as suas preferências, justificando cada uma delas”, diz a professora Elizandra.
Encare a leitura como um momento em família
Em casa, os pais podem estimular o gosto pela leitura ao encontrar livros com temas que interessem as crianças. Por isso, é preciso conversar com os filhos, buscando conhecer suas preferências e passatempos favoritos.
“De que seus filhos gostam de brincar? Quais são seus personagens preferidos? Buscar livros dentro desses temas é uma boa dica para incentivar a leitura dos pequenos”, comenta Elizandra, acrescentando que a leitura de obras mais maduras, como os clássicos literários, pode ser inserida quando as crianças já estiverem mais familiarizadas com os livros.
A leitura também pode ser utilizada para conversar sobre situações do cotidiano, ajudando as crianças a lidar com suas emoções e conflitos.
Ao transformar o hábito de ler em um momento de diálogo, brincadeira e diversão, o contato com os livros deixa de ser uma obrigação e se transforma em uma atividade lúdica e atraente para as crianças. Além disso, a leitura compartilhada estimula a conexão e os momentos de afeto entre pais e filhos, cada vez mais ameaçados pelo trabalho e pela utilização individual dos smartphones.
“Assim, esses momentos se tornarão memórias afetivas e a leitura será um prazer, um hábito positivo que será levado para toda a vida”, conclui a professora.
Leitura ajuda a abordar temas delicados
Além de estimular o hábito da leitura, os livros também podem ser ferramentas poderosas para lidar com temas delicados, como o luto.
“Por ter uma forma de entendimento sobre a morte diferente dos adultos, muitas vezes é importante utilizarmos os recursos lúdicos para facilitar a comunicação e a expressão de sentimentos por parte da criança,” explica a psicóloga especialista em luto do Grupo Morada da Paz, Simône Lira.
“Assim, podemos acolher tudo que ela traz com cuidado e conversar de forma honesta, evitando dizer que o ente virou estrelinha, dormiu ou foi viajar — expressões que não contribuem para o processo de luto,” conclui.