“Cinema paraibano vive momento de efervescência produtiva, com criatividade e diversidade”, avalia curador do Fest Aruanda
A Paraíba conta com nomes importantes no cenário nacional como Zezita Mattos, Marcélia Cartaxo, José Dumont, Everaldo Pontes, Luiz Carlos Vasconcelos, Mayana Neiva e o “clã” Lira nas artes cênicas, mas também nomes como Walter Carvalho e Manfredo Caldas por trás das câmeras. Além disso, o Estado abriga a “Roliúde Nordestina”, como é chamada a cidade de Cabaceiras, cenário de obras como o longa “O Auto da Compadecida” (2000) e a supersérie “Onde nascem os fortes” (2018). ”Hoje há uma renovação dos cineastas paraibanos. Nós temos a geração de Marcos Vilar, de Bertrand Lira, que continua trabalhando, e um pessoal novo que está chegando: André Morais, Edson Lemos Akatoy, Eliézer Rolim. E, por trás disso, está um trabalho de Torquato Joel”, destacou o curador.
Apesar de todos os avanços registrados nos últimos anos, Amilton Pinheiro lamenta a ausência de mulheres à frente das produções audiovisuais. Mas, de acordo com ele, as diretoras estão se mobilizando para mudar esse quadro. O longa paraibano “Sol Alegria” tem a cineasta Mariah Teixeira na assistência de direção, atuando ao lado do pai, Tavinho Teixeira. Dentre os curtas, “Ultravioleta” conta com a cineasta Virgínia Gualberto na assistência de direção, atuando ao lado do diretor Dhiones do Congo. Já “Rasga Mortalha” é dirigido por uma mulher, Pattrícia de Aquino, que tem como auxiliar Fabi Moura.
Olhar de fora – O vice-presidente da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), Orlando César Margarido, também observa a qualidade das obras cinematográficas paraibanas que foram apresentadas no Fest Aruanda deste ano. “A gente nota uma qualidade não inesperada. Há um cinema já sólido, de boa qualidade, mas saber que há uma nova geração com toda dificuldade que nós estamos enfrentando em relação à apoio da produção local é, realmente, uma grande surpresa”, qualifica o crítico.
Para ele, o novo cinema paraibano tem uma linguagem definida. “A Paraíba teve um momento muito feliz no passado e continua sendo inventivo. Dessa nova geração de cineastas, está saindo coisa muito boa, acho muito impactante”, declara.
Confira as produções paraibanas que foram exibidas no 13º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro:
Beiço de Estrada – Eliézer Rolim
Estrangeiro – Edson Lemos Akatoy
Rebento – André Morais
Sol Alegria – Tavinho Teixeira
Ambiente Familiar – Torquato Joel
O seu amor de volta (mesmo que ele não queira) – Bertrand Lira
Ultravioleta – Dhiones do Congo
Rasga Mortalha – Pattrícia de Aquino
De vez em quando, quando eu morro, eu choro – R. B. Lima