Fotoproteção
Os números relacionados ao câncer de pele no Brasil, principalmente o do tipo não-melanoma, são alarmantes. A estimativa mais recente do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de quase 180 mil novos casos anuais e mais de 2,5 mil mortes por câncer de pele não-melanoma. Embora o tipo melanoma registre um número menor que nove mil casos por ano, ele é o mais agressivo e as mortes causadas pela doença são expressivas: quase duas mil. A exposição solar em excesso e/ou sem proteção por longos períodos, principal causa da doença, também pode provocar queimaduras, manchas, rugas e outras mudanças associadas ao envelhecimento da pele, desidratação, reações alérgicas e agravamento de algumas doenças cutâneas. Por esta razão, a campanha “Dezembro Laranja”, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) há oito anos, incentiva os brasileiros a cultivarem hábitos de fotoproteção.
Além da utilização diária de filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicado a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água, os dermatologistas recomendam o uso de blusas com proteção UV, bonés ou chapéus, sombreiros e óculos de sol, além de evitar a exposição solar entre 9 e 16 horas. Na campanha deste ano, que traz o tema “Adicione mais fator de proteção ao seu verão”, a SBD defende que, junto com o uso do álcool gel, máscara e distanciamento, os brasileiros se protejam da ação dos raios solares na pele.
De acordo com a dermatologista baiana Petrusca Pirajá, o astro-rei não é um vilão, inclusive porque “a luz solar estimula a produção de vitamina D, ajuda a controlar algumas doenças crônicas da pele (como psoríase) e gera uma sensação de bem-estar desejável. No entanto, a exposição sem proteção e por longos períodos pode causar lesões relevantes, além do tipo de câncer com maior prevalência no Brasil”, destacou. O câncer de pele é especialmente comum entre pessoas que foram extensamente expostas à luz solar quando crianças e adolescentes e entre as que ficam continuamente expostas ao sol como parte de sua profissão ou de atividades recreativas. Além disso, a exposição aos raios ultra-violetas (UV) em salões de bronzeamento aumenta o risco de câncer de pele e de danos à pele.
Segundo a especialista, é preciso prestar atenção em novas pintas, manchas, sinais ou feridas na pele. “Observar atentamente se esses sinais estão presentes é fundamental. Em caso de suspeita, é preciso procurar um dermatologista com brevidade, pois o diagnóstico precoce permite antecipar o início do tratamento”, frisou Petrusca Pirajá. Quando descoberto no início, o câncer de pele tem mais de 90% de chances de cura.
A maioria dos cânceres de pele é tratada cirurgicamente. Os tumores grandes ou mais invasivos podem exigir a extração de uma quantidade considerável de pele, que pode ter que ser substituída por um enxerto ou retalho de pele. Para tratar o fotoenvelhecimento, ou seja, o envelhecimento prematuro da pele causado pela exposição repetida à radiação ultravioleta, podem ser utilizados peeling químico, cremes hidratantes e antioxidantes específicos e diferentes tipos de laser, que melhoram o aspecto estético da pele com dano solar crônico.