Últimos dias para conferir a CASACOR Minas
As novidades da arquitetura e do design, ambientes que surpreendem por seus projetos arrojados ou por detalhes inusitados, além de muita informação sobre design e arte sempre fizeram da CASACOR Minas uma mostra única. Um observador atento, entretanto, pode perceber que há nesta edição uma série de espaços e iniciativas que oferecem algo além, que vai desde a experiência da contemplação do casarão e sua interessante arquitetura à interação com a cidade. A mostra contempla ao todo 46 ambientes, além de 4 intervenções que integram o projeto Estações, tratando de temas como História, Restauro, Iconografia e Uso Futuro do prédio.
O Ginger Bar, que tem projeto assinado por Ângela Roldão, é definitivamente um dos maiores sucessos desta edição, surpreendendo até mesmo os empreendedores Felipe Rameh, Eduardo Faleiro e André Sá Fortes. “Estamos muito felizes com toda com essa repercussão que o Ginger conquistou na cidade em tão pouco tempo. A CASACOR foi responsável por oxigenar a cena cultural de BH. Já temos freqüentadores assíduos e o retorno do público tem sido muito positivo.”, destaca André Sá Fortes. Um dos motivos de todos este sucesso é que bebida servida na casa possui uma fórmula exclusiva para a mostra e está sendo produzida em uma destilaria instalada dentro da CASACOR Minas.
O Restaurante e Lounge, operado pela chef Agnes Farkasvolgyi também é outro grande êxito desta edição. Em praticamente todos os dias, o espaço está operando em sua capacidade máxima, atraindo centenas de pessoas. Com projeto assinado por seu irmão, o experiente Bernardo Farkasvolgyi, nome por trás de grandes construções da cidade como estádios e hotéis, esta iniciativa marca sua estreia na CASACOR.
O Plataforma 8 Café, com projeto da CLS Arquitetura, além de oferecer uma das mais belas vistas da capital ainda conta com outro grande atrativo: a cardápio assinado pelo chef Felipe Rameh. O local é ideal para um breve descanso durante a visitação e também para pequenos encontros ou reuniões. E outro grande sucesso da programação gastronômica certamente é o projeto Cozinha Inusitada, que recebe uma seleção de chefs para aulas-show na Cozinha Funcional – Uma Experiência Santa Cruz, no espaço criado pelas arquitetas Gabriela Azeredo e Patrícia Pires.
Ao visitar o GUAJA Sapucaí, o público tem a oportunidade de conhecer diversas peças de mobiliários criadas e produzidas durante 4 workshops de fabricação digital, abertos a qualquer interessado. Durante esta atividade, os participantes tiveram a oportunidade de desenvolver peças como mesas, cadeiras, poltronas, pufes e balanços que estão expostas, além de serem utilizadas no espaço que abriga a programação cultural da mostra.
Entre os projetos que convidam a um momento contemplativo está o Hall Central, assinado por Lena Pinheiro. Ele é formado por três halls centrais, que se comunicam através da bela escada em jacarandá – considerada a espinha dorsal do casarão. O projeto recebeu uma linguagem concisa, reunindo elementos que se identificam com a construção como um todo. No Hall do térreo, por exemplo, é possível conhecer e admirar as “janelas” que evidenciam parte dos afrescos pintados nas paredes que começam a ser restauradas – algo que faz parte da história do casarão e que, em diferentes épocas, foram cobertas com inúmeras camadas de tinta. Já no hall do terceiro andar, a circulação foi pensada de forma a despertar a curiosidade de quem passa por ali. Impossível ficar indiferente à galeria com fotos, trabalho intitulado Boa Noite Cinderela, da artista Flávia Bertinato.
Outro bom exemplo é o Hall Galeria, assinado por Flávia Generoso e Luiza Ananias, ambiente de transição que também foi pensado como o de permanência interativa. Trata-se de um cômodo estreito e de alto pé direito, que oferece uma nova percepção ao visitante. Utilizando uma intervenção cenográfica em que o posicionamento do espelho na parede cria uma expansão horizontal e um jogo reflexivo das chapas de acrílico azul em forma de retângulos e quadrados que pendem do teto. A proposta é uma relação quase fotográfica com o espectador em época de selfies.
Já a Art! Garage Renault, de Nara Cunha, possui uma atmosfera vintage em suas cores e formas. Ela foi criada com o objetivo de ressaltar a personalidade de um colecionador de arte e por este motivo, inclui uma seleção especial de obras contemporâneas, como as dos artistas Franz Weissmann e Marcelo Sá. Um ambiente sofisticado e, ao mesmo tempo inspirador, desenvolvido a partir das linhas do novo Renault Captur.
A Exposição 100% Minas, projeto da Vazio S/A, é outro bom exemplo. Ao apresentar elementos comuns nas obras de construção civil como escoras e telas fachadeiras(nunca considerados na arquitetura final) causam impacto para revelar e valorizar as peças expostas, criando gradações de transparências e delimitando sutilmente a compartimentação e circulação pela sala. É notório como o projeto luminotécnico dá ênfase ao espaço.
Impossível não destacar o projeto Estações, com curadoria de Gustavo Greco, que trata dos temas História, Restauro, Iconografia e Uso Futuro do prédio. Entre eles, a instalação assinada pela designer Márcia Larica, uma experiência sensorial intrigante e fabulosa, em ambiente ocupado por sons, iluminação cenográfica, imagens em movimento e 28 relógios suspensos, acervo da RFFSA, propondo um arquivamento do tempo para tratar o tema História.
Experiências interativas também estão presentes na Estação Lazer, projetada por Gislene Lopes. O público é convidado a conhecer internamente um vagão de trem histórico que foi restaurado e onde as crianças podem se divertir durante a visita, já que há um cantinho com lápis de cor e giz de cera para os pequenos.
O Loft Itinerante, projetado por Caio Prates em um ônibus que circula por alguns pontos da cidade convida a uma outra forma de interação e reflexão sobre o futuro das moradias. Há muito o que investigar na CASACOR Minas 2017 e vários outros ambientes que certamente vão instigar e, ao mesmo tempo, convidar a interagir.
Sobre a 23a CASACOR Minas
Em 2017, a CASACOR Minas ocupa um prédio histórico da capital mineira, integrante do Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação, região marcada pela forte efervescência urbana, cultural, política e gastronômica. Localizado na rua Sapucaí 383, o prédio possui três pavimentos, porão, sótão e jardins. O local funcionou como sede da extinta Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA, e está diretamente associado à criação de Belo Horizonte. Nos últimos anos o prédio vem passando por um processo de restauração, sob a supervisão do IPHAN.
O imóvel escolhido está localizado numa região caracterizada por se tornar uma espécie de corredor cultural e gastronômico da capital, que vem se estabelecendo de forma totalmente espontânea.Estão sendo utilizados ao todo cerca de 4.000 metros quadrados de área, distribuídos em 50 espaços(46 ambientes + 4 intervenções). A organização esperava receber cerca de 40.000 visitantes durante o evento, mas com o crescimento registrado, esse numero ultrapassará a marca de 50.000 pessoas.