Citenel+Seneel 2017 conta com a beleza e a versatilidade do bambu
“O bambu é a madeira do futuro”. Quem diz isso é a arquiteta carioca Celina Llerena, responsável pela criação dos onze principais estandes que farão parte do Pavilhão de Exposição no mais importante encontro de inovação, pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética, o Citenel+Seneel 2017. O evento acontece de 2 a 4 agosto, no Centro de Convenções, em João Pessoa.
No local, são 1.360 m² de construção em bambu da espécie Phyllostachys pubecens, um recurso fácil e rapidamente renovável, que tem baixo custo de produção para além de ser muito pouco poluente. “O objetivo da utilização do bambu neste evento é para mostrar que tem um material que não prejudica o meio ambiente: autossustentável, renovável e não acaba com as florestas. E também para divulgar o uso do bambu que ainda é pouco conhecido o potencial nas construções”, disse a arquiteta.
Nesta estrutura inédita no pavilhão, ao todo, sessenta pessoas estão envolvidas nas montagens dos estandes, entre eles estudantes de arquitetura da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Estadual de Campina Grande (UECG) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “A sustentabilidade, a economia e a beleza resgatam técnicas tradicionais de construção ao utilizar materiais naturais e de baixo impacto ambiental, com diminuição de custos e buscando eficiência energética”, garantiu Celina.
Há dezesseis anos, ela criou a Escola de Bioarquitetura e Centro de Pesquisa Experimental em Bambu, no Rio de Janeiro, que é frequentada por pessoas do mundo inteiro atrás de soluções menos danosas ao meio ambiente, além de durabilidade e resistência. Para o Citenel+Seneel 2017, Celina coordena o trabalho, que durou cerca de 50 dias, e é inédito em João Pessoa. “Tanto fora quanto dentro do Brasil, os arquitetos apostam no bambu para conferir traços marcantes a seus projetos. Eles conciliam natureza e tecnologia em um contraste que se torna agradável aos olhos”, explica. Segundo ela, a extração desse material é ambientalmente menos agressiva e é economicamente mais viável e com transporte mais fácil. “Pode perfeitamente vir a substituir o aço na construção civil, com sua estrutura oca e tubular resistente aos milênios de intempéries da natureza”, completa a arquiteta.
Após o Citenel+Seenel 2017, o material será destinado a uma instituição de João Pessoa.