Perigo dos agrotóxicos
Utilizados há décadas para proteger as lavouras das pragas, os agrotóxicos também podem causar danos aos seres humanos e, por isso, muitos são banidos em diversos países. A orientação é o consumo de alimentos orgânicos, que são livres dessas substâncias e, portanto, melhores para a saúde. Além disso, contribuem para o equilíbrio ambiental, proteção dos ecossistemas, manutenção do solo e redução da poluição.
A oncologista Juliana Góes, médica cooperada da Unimed João Pessoa, alerta para os perigos que os agrotóxicos podem trazer à saúde e incentiva a população a aderir ao saudável. “Os consumidores podem optar pelos alimentos orgânicos. Já os trabalhadores do setor devem utilizar dispositivos de proteção individual adequados”, orienta.
Segundo a oncologista, os agrotóxicos causam problemas agudos, como irritações de pele, mucosas, trato respiratório e intoxicações que, inclusive, podem ser fatais. “Podem também causar doenças crônicas neurológicas, respiratórias, endócrinas, assim como infertilidade”, esclarece.
Alerta – Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que os agrotóxicos causam mais de 70 mil mortes por intoxicações por ano e sete milhões de casos de doenças agudas e crônicas não fatais. Em publicação feita em agosto deste ano, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) informa que, desde 2008, o Brasil é o país com maior consumo destes produtos, com um agravante: permite o uso de agrotóxicos já banidos em outros locais.
Juliana Goes ressalta que existem diversos estudos que demonstram a relação entre exposição a essas substâncias e o desenvolvimento de tumores hematológicos, de próstata, fígado e outros. “Os principais afetados são os agricultores e profissionais que trabalham na cadeia de produção, mas toda a população está suscetível, devido à ingestão de comida ou água contaminados”, ressalta.
Alternativa – Existem diversos defensivos agrícolas naturais, que incorporam técnicas e saberes populares. O conceito básico é a incorporação de princípios ecológicos para uma agricultura sustentável. A oncologista sugere o uso de alternativas não-químicas e produção de alimentos orgânicos. “A população pode preferir, sempre que possível, consumir alimentos livres de agrotóxicos”, orienta.
Alimentos da agricultura familiar, e até mesmo hortas caseiras, são uma saída viável, já que em seu cultivo não são utilizados fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e nem transgênicos. Outra recomendação importante é o uso responsável do solo, da água e demais recursos naturais, bem como a conservação do meio ambiente são adotados.
No site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) estão disponíveis opções de feiras orgânicas nas principais cidades do país. (www.idec.org.br/feirasorganicas).