A prevenção continua
A campanha do Outubro Rosa chega ao fim hoje, mas os cuidados com a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama devem continuar durante todo o ano. Estatisticamente falando, entre os tipos de câncer que mais atingem e mais matam as mulheres brasileiras, o tumor de mama lidera a lista. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), só para este ano são esperados 58 mil novos casos no país, sendo 800 na Paraíba e 250 em João Pessoa.
Para os especialistas, a prevenção primária ainda é a melhor forma de combater a doença. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por medidas como uma alimentação saudável, prática de atividade física regular, manutenção do peso ideal e exames médicos periódicos. A ginecologista e mastologista Nair Margotti, do Hapvida Saúde, destaca a importância da realização da mamografia para o diagnóstico rápido da doença. Para a médica, esse ainda é o melhor método para detectar o câncer em uma fase inicial, antes que ele se dissemine para outros órgãos. “No estágio inicial, as chances de cura são de 90%. Por essa razão devemos sempre dar atenção para a realização da consulta com o mastologista e a realização da mamografia anualmente a partir dos 40 anos de idade”, reforça ginecologista.
Muitas mulheres que fazem parte das estatísticas do câncer de mama estão aí na condição de vencedoras, para provar que existe, sim, vida depois do câncer. E, passado o susto inicial, o processo de tratamento e a alta médica, elas narram suas histórias, sem lamentos e com muito otimismo para o futuro.
A jornalista paraibana Hellen Nascimento exala vida por onde passa. Ela venceu o câncer de mama com apenas 34 anos e hoje, aos 39, é enfática ao afirmar que o modo como encara a doença faz toda a diferença no tratamento e recuperação. “Eu não fazia o autoexame, era muito nova, tinha 34 anos, não tinha casos de câncer na família…ou seja, não via motivos para me preocupar com isso. Estava totalmente errada. Quem percebeu o caroço estranho foi o meu marido. Ele me alertou e foi ai que resolvi fazer o exame”, conta.
Depois de todo o processo de tratamento, uma mastectomia total e 32 sessões de radioterapia, Hellen está curada, mas não esquece a prevenção. “Continuo me cuidado. Durante 5 anos o acompanhamento é feito duas vezes ao ano. Depois desse período a paciente recebe alta, mas o acompanhamento acontece anualmente e deve ser para sempre. Assim como toda mulher também deve fazer”.