Os especialistas acreditam que os próximos dias poderão ser de clientes com sacolas cheias e lojas movimentadas pelo país. Com um cenário econômico mais estável, inflação em queda e uma leve redução do desemprego, o Dia dos Pais promete levar mais filhos às compras e aquecer o mês de agosto no varejo, tendência que se mantém em alta desde o fim do isolamento social.

Depois da queda de 8,8% em 2020, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) passou a registrar um crescimento nas vendas de 16,5%, em 2021, e 11,7%, em 2022. No último ano, foi o Nordeste, inclusive, a segunda região com a maior alta na compra de itens, com destaque para os segmentos de cosméticos e higiene pessoal, óticas e joalherias, vestuário, livrarias e papelarias, e varejo alimentício especializado.

Segundo o economista Horácio Forte, nos últimos anos, o consumidor tem mudado os hábitos de consumo e criado uma estratégia para fazer o dinheiro dos presentes render ainda mais. “Tirando uma média, as mercadorias adquiridas custam entre 50 e 100 reais. O público tem passado a comprar produtos mais baratos, porém em maior quantidade, para poder presentear não só o pai, mas o tio, o avô e outros familiares queridos”, disse ele, que é presidente da Horácio Forte Educação Executiva, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) na Paraíba e em Pernambuco.

Horácio também acredita que o apelo emocional da data foi reforçado depois da pandemia da Covid-19. “Foi um período muito difícil e que nos fez dar ainda mais importância a esses momentos especiais. Claro que vai muito além de um presente, mas é uma forma que temos de mostrar carinho e lembrança. Depois do ápice do isolamento social, ficou o sentimento de que o consumidor pode reservar um pouco da sua economia para presentear os parentes”, explicou.

A mais de duas semanas para o Dia dos Pais, Horácio orienta que os empreendedores apostem na comunicação para atrair mais clientes. “Tem que ter publicidade, afinal vai vender mais quem falar com mais pessoas. Por isso é importante montar um planejamento estratégico que diferencie o seu negócio do seu concorrente”, falou o especialista.

“Outra dica que posso dar é que os varejistas precisam estar antenados. Já que é um período em que há aumento da demanda, agora é a hora de baixar a margem de lucro para vender mais e ser mais atrativo. É uma conta simples em que o lucro é igual à margem vezes o giro. Poucos varejistas entendem ainda essa linguagem, porém é importante porque, quando vamos ao banco, a gente não coloca giro nem margem, nós colocamos lucro. Sendo assim, é preciso estar antenado para ter o melhor equilíbrio possível nessa relação entre a redução da margem e o aumento do giro”, concluiu.

Vasta experiência

Presidente da Horácio Forte Educação Executiva, Horácio é economista e pós-graduado em Administração Financeira. Atua há mais de treze anos como professor associado da Fundação Dom Cabral e, na sua carreira, já exerceu as funções de gerente da Souza Cruz, gerente regional e diretor de vendas da Pepsico (divisão Elma Chips), gerente nacional e diretor comercial do Grupo São Braz, e diretor comercial de agronegócios e telecomunicações do Grupo Algar.