“Botão do pânico”
Nos últimos anos, ataques a escolas e creches têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil, o que gera preocupação e deixa um impacto profundo na comunidade escolar e nas famílias envolvidas. Além dos traumas nas vítimas, a violência e a insegurança nas escolas são problemas que precisam ser enfrentados de forma efetiva. Para o especialista em Gestão da Segurança Privada e consultor da Hares Consultoria, Mouhamad Almahmoud, é importante haver uma integração entre equipamentos de segurança remota e profissionais humanizados. “O plano de segurança deve ser feito por um consultor que tenha experiência em saber lidar com crianças e adolescentes e com o ambiente escolar para elaborar um plano personalizado para cada situação e cada comunidade”, destaca.
Segundo levantamento feito pelo Poder 360, ao longo do último ano, a frequência de ataques a escolas cresceu no Brasil, com 5 ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. Mouhamad conta que é preciso entender os motivos desses afrontos e manter contato próximo com os alunos. “Muitas vezes, os ataques são orquestrados em grupos nas redes sociais, mas também pode haver até mesmo um motivo interno entre as crianças e os adolescentes. A questão do bullying pode gerar algum tipo de constrangimento e revolta. Por isso, as medidas são variadas e não podem ser tomadas de forma isolada”, explica.
Mouhamad cita o exemplo de uma escola em Pernambuco na qual foi implantado um controle de acesso por reconhecimento facial, mas isso causou aglomerações e filas, o que pode até facilitar um ataque. “Embora essa tecnologia possa impedir a entrada de pessoas não autorizadas, é importante considerar medidas para evitar aglomerações e ter pessoal de segurança bem treinado para uma pronta resposta em caso de contingência”, observa o especialista.
Este é um caso de controle de acesso, segundo o consultor, mas há também outras questões internas, como a possibilidade de alguém entrar com uma arma de fogo ou um objeto perfurocortante. “Nesse caso, deve haver detectores de metais, mas é importante lembrar que a ação humana é imprescindível para fazer a inspeção visual e fazer a contenção caso seja encontrado algum objeto que represente ameaça para os demais”, afirma. Outra medida de contenção é a segurança eletrônica perimetral, que evita que pessoas entrem na escola pulando o muro ou jogando objetos perigosos. A ronda, com pessoal qualificado, faz a complementação, garantindo que o sistema não seja burlado.
Principais ameaças — Para o especialista, o ambiente interno das escolas é onde acontece a maioria dos casos de ataques, e não apenas devido à estrutura física, mas também na falta de preparo dos funcionários. “A estrutura, por vezes, é precária, não tem botão de pânico, nem sala de pânico onde os alunos e professores possam se abrigar. Até porque não temos esse tipo de cultura como os Estados Unidos, por exemplo. A falta de preparo deixa a escola vulnerável, não apenas para ataques muitas vezes ocasionado por um aluno que esteja passando por algum problema, transtorno psicológico, ou mesmo a questão do tráfico de drogas”, destaca.
Plano de ação — Para manter um equilíbrio entre a segurança nas escolas e o ambiente educativo adequado para o desenvolvimento dos alunos, é preciso ter profissionais humanizados e acolhedores, para uma melhor relação com os estudantes. Por outro lado, para o público externo, a segurança deve ser equilibrada com a disciplina e a ostensividade. “É importante que o profissional de segurança seja participativo e esteja atento ao dia a dia dos alunos, em conversas e sendo parceiro deles. Isso permite que ele obtenha informações para prevenção de possíveis ameaças”, destaca.
O consultor conta que, antes de iniciar o plano, é preciso fazer uma inspeção na escola para sugerir procedimentos tanto estruturais quanto comportamentais. Durante essa inspeção, o consultor avaliará não apenas a infraestrutura da escola, mas também o comportamento dos alunos e professores para identificar possíveis riscos e ameaças à segurança. “É importante que os professores sejam sensíveis a comportamentos dos estudantes que possam sinalizar algum tipo de ameaça e também conversem com eles sobre como identificar comportamentos suspeitos e o que fazer em caso de emergência. Também mostrar o lado da humanidade, a importância do amor, da solidariedade e da resolução de problemas, e não propagar comportamentos que incentivem a violência ou retaliação”, acrescenta.
Participação dos pais – Mouhamad destaca o papel fundamental da participação dos pais nestas situações. “Muitas vezes, se transfere a responsabilidade da família para as escolas, e é muito importante a interação inclusive com outros pais para entender o comportamento dos coleguinhas”, aponta. O consultor também ressalta a necessidade de haver uma estrutura de assistência social para os alunos, com psicólogos. “Muitas vezes os pais precisam se ausentar por questões de trabalho e nos poucos momentos que têm não se dedicam a criar um vínculo afetivo de amizade com os filhos. Quando há essa exigência da participação dos pais em rodas de discussão, reunião de pais e alunos, certamente trará bons resultados no ambiente escolar”, comenta o consultur.
Integração — A Hares Consultoria é uma empresa formada por consultores especializados na área de gestão da segurança e fornece ao mercado, cursos, treinamentos, planos, capacitação, mentoria e consultoria para profissionais e empresas da área de segurança e monitoramento. A empresa é capacitada para apresentar soluções que tragam efetividade na proteção das escolas, não só na questão do controle de acesso e parte perimetral, mas também nos procedimentos do que fazer se acontecer algum ataque e como evitá-lo. São mais de 1000 projetos realizados, 1000 equipes treinadas e 500 clientes atendidos no Brasil e mais três países.
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