Falar em moda é muito gostoso. Observar as tendências de cores, modelos e formas nos faz ampliar nosso campo estético e ter acesso a um conhecimento que parece inesgotável. Mais do que isso: sermos nós mesmos os atores-executores da nossa moda, utilizando o corpo como um amplo espaço de criação, reflexão e fantasia. Todavia, a moda abrange um universo bem mais amplo e complexo, constituído por um exército de criadores, produtores, executores, divulgadores, administradores que movimentam um mercado de alta rentabilidade e expansão. No Brasil, depois da construção civil, é o setor que mais gera empregos.

Como professora do Curso Superior de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), acompanho a formação dos designers e vejo como, ao longo dos períodos, eles vão adquirindo um saber cuja amplitude é vastíssima, compreendendo conhecimento prático e teórico – histórico, filosófico, antropológico e sociológico –, criação, produção, gestão, discursos crítico e analítico. No último período, alunos e alunas devem tecer projetos de moda que envolvem todos esses âmbitos, criando uma coleção de dez looks, com parte teórica, público alvo, projeto de venda, de propaganda, justificativa de tecidos, cartela de cores, ficha técnica das peças, fluxograma da coleção, cenário. As peças executadas são exibidas em desfiles na última semana de aula. Momento da consagração. O rito de passagem.

Entre 29 de Novembro e 04 de Dezembro os desfiles foram realizados. Tive o prazer de fazer parte da banca examinadora de alguns. Esse prazer não é formal, mera reprodução de regras de civilidade, é um prazer de fato, de quem estima e preocupa-se com a Moda enquanto conhecimento, esfera profissional e universo lúdico. De quem sabe da competência dos que ali estão se formando. Prazer que divido com todo o corpo docente, que tem à frente a professora Gabriela Maroja.

Selecionei algumas imagens para que vocês possam visualizar um pouco do que aconteceu na Semana de Moda do Unipê. Espero que gostem!