Dois anos após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mundo se encaminhando para bi polarizar-se em duas potências: Estados Unidos e União Soviética. Europa devastada. Paris amedrontada com tanta destruição e subjugação. Ignorando as catástrofes, em especial, o revés econômico, Christian Dior lança a linha Corola, primeira coleção assinada por ele. Num momento de grande recessão, ele aparece com modelos ultrafemininos, cheios de profusão de tecidos e cintura marcada. Era o seu projeto de refeminização da moda. Ele dizia que o seu sonho era salvar a mulher da natureza, assim o fez.

Outras coleções geniais viriam, mas a Corola, apelidada de New Look, revolucionou. Foram muitas críticas negativas, manifestações contrárias, a ponto de feirantes alvejarem com frutas as manequins que vestiam as peças para um editorial de moda da revista Vogue, em Montmartre. Acusavam-no de insensível ao momento de grande restrição. Mas Dior entendia que, notadamente nas maiores crises, o que nos sustenta é a fé e a fantasia, um universo paralelo que nos leva ao impossível almejado. A moda pegou, reafirmou Paris como capital da moda, alavancou a Alta-Costura e se eternizou. Acima, a coleção em croqui e nas ruas: