Otimsmo
Incorporadores, construtores, gestores de investimentos e outros players estão otimistas para 2024 com os últimos movimentos da economia nacional e, principalmente, com a confirmação da redução da taxa básica de juros anunciada pelo Copom – Comitê de Políticas Monetárias que cortou a taxa SELIC em 0,50 ponto percentual. Ela estava em 13,75% ao ano e, agora, 13,25%. Esse sentimento foi expresso, recentemente, durante o ADIT Invest, maior seminário do país sobre funding e investimentos imobiliários, que aconteceu em São Paulo.
Para Caio Calfat, presidente do Conselho da ADIT Brasil, maior associação nacional do setor imobiliário, “os rumos da macroeconomia e o amadurecimento do mercado de crédito privado promoveram a vontade em investir em projetos imobiliários e este é o momento de firmar parcerias para surfar na onda positiva que está por vir com quedas ainda maiores da taxa básica de juros”. Segundo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, “a expectativa é encerrar este ano com uma taxa de juros de 12%. Isso junto com a aprovação da reforma tributária vai criar um cenário promissor para 2024.”
Além de IPO’s e M&A no mercado imobiliário, securitização e alternativas de financiamento, novas tecnologias, data science, cotas imobiliárias, entre outros temas, as discussões evidenciaram um apetite das gestoras de investimento em projetos imobiliários prioritariamente residenciais de primeira moradia e de multipropriedade. Essa foi a sinalização de Alexander Ruszkay, sócio da Urca Capital Partners durante o painel sobre fundos imobiliários e mercado de CRI´s. Outro fato destacado por André Masetti, portfólio manager da XP Asset Management, foi que as gestoras de investimento no Brasil administram, hoje em dia, algo em torno de R$ 210 bilhões em patrimônio líquido. E o que precisa, em sua visão, é ter projetos que atendam as expectativas dos investidores.
Governança Corporativa
Em meio às oportunidades sinalizadas pelos gestores de investimentos, fica um recado para os empreendedores do ramo imobiliário: “governança corporativa é o elo entre vontade do gestor alocar investimento e necessidade do empreendedor em tirar seu projeto do papel”, segundo o executivo da gestora de investimentos Trinus CO, Diego Siqueira.
Gestores dos segmentos imobiliários e de capitais, ainda salientam que muitos ainda pecam na parte jurídica. É importante que, no estudo de viabilidade econômica, esteja claro que, atrás do projeto há um embasamento profundo, alicerçado em números de mercado, análise de região. Isso é o que dá segurança para todos os envolvidos.