Investimento
Quem deixa suas economias na poupança já deve ter ouvido sobre a falta de retorno da opção de investimento mais popular do Brasil. Apesar da facilidade de aplicação e o risco zero, a boa e velha caderneta não é, nem de longe, a opção indicada pelos experts no mercado financeiro para quem deseja fazer o seu dinheiro render. Porém, pela primeira vez em quatro anos, a modalidade obteve um rendimento real, ou seja, superou a inflação.
Segundo um levantamento de Einar Rivero, da consultoria TradeMap, a aplicação cravou uma rentabilidade de 2% em 2022 já descontando o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A poupança foi uma das cinco opções de investimento que conseguiram terminar o ano no verde, ficando atrás do IHFA, IDIV, CDI e Ima Geral, muitos desconhecidos da maioria da população. Por outro lado, a maior perda real foi registrada pelo bitcoin, com uma queda de 68,27% no ano.
Segundo o economista Horácio Forte, o ganho é fruto da queda na inflação por causa dos incentivos fiscais, como, por exemplo, a isenção dos impostos sobre combustíveis. “Os governos tomaram algumas medidas que ajudaram a frear a alta nos preços. Além disso, a taxa básica de juros está acima de 8,5% desde 2021, o que faz com que o rendimento seja de 6,5% ao ano”, destacou Horácio, que é presidente da H. Forte Soluções Educacionais, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) na Paraíba e em Pernambuco.
Apesar do investidor da poupança não ter saído no prejuízo em 2022, o especialista explica que a margem é muito pequena e há outras opções de renda fixa mais rentáveis à disposição. “Cada fase da economia do país tem diferentes tipos de investimentos que são ideais. Hoje podemos dizer que, por conta das incertezas econômicas que todo novo governo traz, já há uma migração para modalidades de renda fixa como o CDB. A remuneração é mais alta, o que garante uma chance maior de preservar o poder de compra”, disse ele.
A poupança foi criada no século XIX por Dom Pedro II e, desde então, é considerado o primeiro contato dos brasileiros com o mundo dos investimentos. Atualmente, estima-se que cerca de 67 milhões de pessoas no país possuam ao menos cem reais poupados no banco. O valor aplicado é utilizado pelas instituições financeiras para fazer empréstimos a empresas ou para que o governo pague eventuais déficits nas contas públicas.
Para Horácio, apesar de não ser a aplicação mais estratégica, é importante entender individualmente cada perfil e o dinheiro disponível. “Tudo vai depender do objetivo do investidor. Muitas vezes, se é um microempreendedor que está com algo sobrando, podemos dizer que o melhor para ele é utilizar esse montante para investir no próprio negócio e turbinar a própria atividade”, orientou.
Vasta experiência
Presidente da H. Forte Soluções Educacionais, Horácio Forte é economista e pós-graduado em Administração Financeira. Atua há mais de doze anos como professor associado da Fundação Dom Cabral e, na sua carreira, já exerceu as funções de gerente da Souza Cruz, gerente regional e diretor de vendas da Pepsico (divisão Elma Chips), gerente nacional e diretor comercial do Grupo São Braz, e diretor comercial de agronegócios e telecomunicações do Grupo Algar.
Fundação Dom Cabral
Eleita a nona melhor escola de negócios do mundo e a melhor da América Latina pelo Financial Times, a Fundação Dom Cabral desenvolve há mais de 40 anos executivos, gestores públicos, empresários e organizações de diversos segmentos em vários países. Conectando teoria e prática, a FDC oferece soluções educacionais nacionais e internacionais, sustentadas por alianças estratégicas e acordos de cooperação com renomadas instituições na Europa, nos Estados Unidos, na China, na Índia, na Rússia e na América Latina.