Riscos da automedicação
Uma solução imediata para aliviar alguns sintomas pode trazer complicações mais graves para a saúde. Esse é o risco para quem utiliza medicamentos por conta própria sem a avaliação prévia de um médico.
Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros. Por isso, a gastro-hepatologista Amanda de Oliveira, médica cooperada da Unimed João Pessoa, alerta para o risco de complicações devido ao uso indiscriminado de remédios. “É importante estar atento e não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica. Caso isso aconteça, o paciente pode apresentar reações adversas, toxicidade grave e até adquirir resistência”, afirma.
Cerca de 30 mil casos de internação são registrados por ano no Brasil em decorrência de intoxicação, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. De acordo com a especialista, os remédios mais usados são os que a população tem mais acesso, como analgésicos e anti-inflamatórios. “A síndrome gripal e as doenças osteomusculares são patologias frequentemente responsáveis pela automedicação”, conta.
Além do risco de overdose de medicamentos, Amanda orienta sobre a possibilidade de reações inesperadas e dependência pelo uso prolongado sem orientação médica. “O uso indiscriminado de antibióticos, por exemplo, pode prejudicar a eficácia de tratamentos para infecções bacterianas e principalmente selecionar ‘superbactérias’ que tornarão outras inflamações mais graves”, completa a gastro-hepatologista.
Ela destaca que outro risco são as interações medicamentosas, quando os efeitos de um remédio são alterados pela presença de outro. “Um exemplo comum é a mistura de fitoterápicos — os chamados remédios naturais — com outros fármacos, alimentos e bebidas. Esta interação pode invalidar ou potencializar, aumentando o risco de efeitos adversos”, acrescenta Amanda.