Devido ao cenário de pandemia, algumas roupas confortáveis e práticas de serem usadas ganharam destaque na rotina pessoal de qualquer pessoa. Nesse contexto, muito é falado e visto no mundo da moda sobre a técnica de estamparia tie-dye.
Segundo a professora Luciana Silva, do curso de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, a técnica, que se encaixa no método de customizar e personalizar peças do vestuário, reapareceu com força na pandemia trazendo a oportunidade de ocupar o tempo das pessoas durante o isolamento social, e as redes sociais ajudaram a divulgar essa tendência.
“A moda vem se reinventando o tempo todo e como ela é cíclica, tendências que fizeram parte da história de uma época retornam repaginadas e cheias de charme, tornando-se tendência no guarda-roupa de muitos brasileiros”, diz, lembrando: o tie-dye surgiu nos anos 1960 pela explosão do movimento hippie pelo mundo, com suas roupas tingidas, trabalhadas em retalhos e com ar artesanal, marcando a irreverência e personalização de suas vestimentas.
A técnica artesanal possibilita criar estampas e efeitos em peças do vestuário por meio do tingimento ou desbotamento do tecido, permitindo elaborar peças com estampas exclusivas e com efeitos que na maioria dos casos não podem ser reproduzidos fielmente.
“Eessa técnica proporciona o reaproveitamento de peças do guarda-roupa que estejam desbotadas ou manchadas e, assim, prolonga o tempo de vida útil delas e ainda faz com que as pessoas explorem a criatividade”, avalia.
Pensando nisso, a especialista apresentou algumas dicas de como customizar uma roupa no estilo tie-dye. Confira!
Antes de iniciar a customização, a peça precisa estar limpa e molhada para facilitar a absorção da tinta;
Os tecidos mais indicados para esse processo são os de fibra natural, como o algodão, ou artificial, como a viscose, pois a absorção da tinta acontece de forma mais intensa;
O que define o resultado e efeito da estampa são as cores e o tipo de amarração, que pode ser em formato de espiral, dobraduras na horizontal, vertical ou de forma aleatória. Essas amarrações podem ser feitas por meio do uso de elásticos, cordões ou barbantes;
A concentração da tinta e as variações de cores podem ser as mais diversas possíveis. O tom da cor vai de acordo com o resultado que se deseja obter;
Outra forma de obter esses resultados é desbotar o tecido com a diluição de água sanitária em água, colocando-a na peça de preferência com o auxílio de um borrifador. Durante a manipulação dessas tintas e água sanitária, o ideal é manter o uso de luvas para proteger a pele de um possível processo alérgico;
Ao final de todo o processo, a peça deve ser lavada e de preferência secada a sombra. Nas primeiras lavagens é ideal que sejam realizadas de forma individual para não ocorrer de manchar outras peças durante a lavagem.
Por fim, a especialista aponta que o importante é não ter limites para explorar a técnica e ousar nas amarrações, e que as cores podem ser fatores determinantes para criar algo novo e interessante.