“É completamente errado dizer que o ganho/perda de peso é totalmente sobre a força de vontade, ou uma questão de “escolha” para fazer isso ou aquilo.

A obesidade é um distúrbio muito complexo, com dezenas, se não centenas de fatores associados.
Existem numerosas variantes genéticas que estão associadas com a obesidade, além de diversas condições médicas (hipotiroidismo, SOP, depressão) que podem aumentar o risco de ganho de peso.

O corpo também tem vários hormônios e vias biológicas que regulam o peso corporal. Essas vias tendem a ser disfuncionais em pessoas com obesidade, o que torna muito mais difícil perder peso e mantê-lo.

Por exemplo, ser resistente ao hormonio leptina é uma das grandes causas de obesidade.

Quando a leptina não está conseguindo enviar o seu sinal, o cérebro pensa que você está ainda com fome. Tentar comer menos exercendo a forca de vontade diante de um quadro de resistência a leptina é realmente muito difícil, podem acreditar. É muito claro que há fatores biológicos em jogo.

O ato de comer é impulsionado pelo comportamento e comportamento é impulsionado pela fisiologia e bioquímica. Isso é uma fato inegável.

Claro, isso não significa que as pessoas devem simplesmente desistir e aceitar o seu destino genético. Perder peso ainda é possível, é apenas mais difícil para algumas pessoas.

A iniciativa é sua, e a chance de você obter um resultado satisfatório é muito maior se fizer acompanhamento com uma equipe multidisciplinar. Eu pessoalmente trabalho sempre em conjunto com nutricionistas, educadores físicos, psicólogos em todos os pacientes com algum grau de obesidade, pois a chance de controle do peso é bem maior. Procure ajuda especializada.“, adverte o nutrólogo Bruno Cosme.